Osias Chaves

Ipea: Tapajós e Carajás seriam estados inviáveis

O economista do Instituto de Pesquisa Economia e Aplicada (IPEA), Rogério Boueri Miranda, Doutor em Economia, disse que a divisão do Estado do Pará, e a consequente formação dos Estados do Tapajós (TA) e Carajás (CA) é totalmente inviável.
Caso cheguem a ser criados, os estado de Carajás e Tapajós além de serem economicamente inviáveis, dependerão, a longo prazo, de ajuda financeira do Governo Federal, para arcar com as novas estruturas de administração pública, as quais precisarão ser instaladas, afirma o economista do IPEA.
Rogério fez cálculos considerando os dados mais recentes disponíveis, referentes a 2008, e concluiu que os estados do Tapajós e Carajás teriam, respectivamente, um custo de manutenção de R$ 2, 2 bilhões e R$ 2,9 bilhões ao ano. Diante da arrecadação projetada para os dois estados, os custos resultariam num déficit de R$ 2,16 bilhões, somando ambos, a ser coberto pelo Governo Federal, conforme especialista do IPEA.
O PIB do Pará em 2008, ressaltou o economista, foi de R$ 58, 52 bilhões, e o Estado gastou 16% disso com a manutenção da máquina pública. O Estado do Tapajós gastaria cerca de 51% do seu PIB e o de Carajás 23%. A média nacional é de 12,72%. "Nessas bases, não tem Estado que se sustente", afirma Boueri.
Os cálculos de pesquisador se baseiam nas médias de gasto com a manutenção da máquina pública por habitante em cada estado. A partir disso, considerando as populações dos novos estados em discussão, ele chegou a uma projeção de quanto cada um deles gastaria.
Ainda segundo o economista, os prefeitos das cidades teriam dificuldades em suas respectivas gestões, já que teriam que modificar a atual estrutura se adequando para a nova realidade.
Para piorar a situação, a estimativa não leva em conta os altos investimentos envolvidos na criação de estados, lembra o pesquisado, como a construção de edifícios públicos e, no caso do interior do Pará, a necessidade de implantar infraestrutura, já que será necessário ampliar aeroportos e rodovias.
Para Boueri, Tapajós e Carajás "serão Estados de boca aberta, esperando o dinheiro do Governo Federal".

Fonte: Revista Pará Mais, edição 112 - junho 2011